segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Boas meninas dizem não

Graças à queima de alguns sutiãs, à Simone De Beauvoir e ao feminismo, as mulheres não são mais amelias. Temos direitos iguais, somos ativas na sociedade e nada devemos aos homens.

Como sou filha dos anos 80, tive direito de brincar com os mesmos brinquedos, estudar nos mesmos colégios, concorrer de igual para igual no vestibular e até mesmo à uma vaga de emprego.

Não vejo diferenças entre gêneros na minha vida prática: ganho tanto quanto um homem no meu cargo, trabalho tanto quanto, sou tratada da mesma forma onde eu for. Sinto que cada vez mais as mulheres perdem limitações e tratamento especiais.

Sinto isso de tal forma que até me irrita quando ouço alguém dizer "...foi assim por que eu sou mulher" ou então "homem é assim, mulher é assado". Creio que tudo depende de tanta coisa que é absurdo generalizar desta forma. Vejo pessoas e pessoas.

Salvo exceções, como mulheres que são promovidas por "dar" pro chefe ou o caso da menina da Uniban, não vejo desigualdes por gêneros no meu dia-a-dia.

Creio que é por tudo issoque eu me surpreenda tanto comigo mesma sempre que sinto vontade de dizer "não" , quando o "sim" grita dentro de mim.

Por que ainda fazemos charme (também conhecido como "cu-doce")?

Somos educadas, ainda que inconsientemente, para o não.

Não pode levantar o vestido, cuidado para não mostrar a calcinha enquanto brinca.
( As mães que me desculpem, mas pra que colocar uma saia pra menina brincar, então?)

Na adolescência piora. Os meninos ganham camisinhas e as meninas, sermões. Cuidado. Cuidado. Não deixa. Não pode.

E assim as garotas se apegam ao não.

Essas coisas se internalizam de tal forma que hoje, adultas, muitas meninas ainda acham que o não deve ser sempre a primeira resposta.

Hoje não. Aqui não. Assim não. Não, de jeito nenhum.

A quem o não engana?

Isso gera um fenômeno interessante: os homens ficam se achando experts na arte do "convencimento". Quando o "não" vira "sim" eles se sentem os fodões, sendo que na verdade o não era sim desde o começo... mas por algum motivo social ela não podia falar de primeira.

Um outro fenômeno bizarro é que, as garotas anti "cu-doce" podem ser mal-interpretadas. Quem nunca ouviu um troglodita criticando uma garota porque ela era só sim. Ou pior, conselhos de meninas para meninas em revistas femininas dizendo que é preciso "dar uma de dificil". Difícil pra que?

Como eu estou inserida nesta sociedade, tem coisa que carrego sem querer... o "não" sempre vem na minha cabeça.Mas nessa hora eu relaxo, respiro, lembro de quem eu sou e solto um SIM sorridente... e espero o melhor que há por vir!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Passarinho Verde

Hoje eu vi passarinho verde. Nem o transito, nem a TPM, nem meu cabelo, nem meu chefe, nem minha mãe, NADA vai me estressar!
Hoje o sorisso está estampado na cara, me pego rindo sozinha em frente ao monitor
.

Não é uma delícia ter uma dia assim?]

Queria muito dizer que o efeito "passarinho verde" acontece quando a garota recebeu um elogio no trabalho, porque ajudou uma velhinha a atravesar a rua ou simplesmente porque está de bem consigo mesma... mas não... o passarinho verde aparece por um só motivo: HOMEM. Pior: homem novo na área.

Não tô falando de pegação sem conteúdo de balada, não. Tô falando de conhecer alguém interessante que te deixa suspirar. Alguém que ainda tá na fase de se interessar pelo o que você diz e o que ele diz faz todo sentido para você. Ele ainda não tem defeitos e nem descobriu os seus. Tem coisa melhor que isso?

Mas atenção! Curta bastante a sensação, pois passa... e passa logo... em breve o passarinho perde a cor. Mas isso é uma coisa boa. A gente não quer agir que nem besta para sempre e nem se iludir achando que homem perfeito existe.

Viva o momento do passarinho, mas uma hora deixe ele voar!